domingo, 28 de junho de 2015

Querida mãe,




Amor é algo diverso, transmutado, dado e recebido de diversas formas. Não me fale sobre amor. Não me fale mentiras e principalmente como você deixa de me amar a cada resmungo sobre meu ser. Estou cansado de ver você foder com os dias em que eu só quero tranquilidade. Não ponha a amargura, encardida pelo tempo de sua alma, na minha conta. Eu não tenho dinheiro e muito menos um VISA para pagar. Toma teu café, tira a roupa do varal e poupa tua saliva pra tentar me convencer do contrário. Tuas atitudes já me fizeram calos e a dor já não incomoda mais. Estará comigo pra todo o sempre, porque pra sempre, o tempo não volta pra refazer-se. Diante de todas as batalhas verbais, nós nunca chegamos ao ponto de aterrissagem do consenso porque nunca descestes daí. Olha-me por cima, em pé na cegueira da soberba. Você não me conhece. Lá fora tem gente que sabe quem sou eu. Viva com sua dor. Ela não é a minha. Tenho vida própria. Gratidão pelo mínimo, porque o máximo foi todo longe da baliza. Ouça o que irão falar de mim. Eu vou me mandar daqui.