quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Pensamentos de mesa de bar




Não me fale sobre o que é estar bem
Você tem milhares de dias menos que minhas mágoas
Ainda vive a se esconder debaixo de um teto, mesmo que de lona, enquanto eu estou aqui matutando sobre a vida
Você sabe o que é ser livre?
Não me fale sobre o que é estar bem
Pessoas exibem seus corpos esculturais e se engalfinham por um pedaço de metal
O pastor da igreja faz juras de dias melhores por sentar de banda por conta de uma carteira cheia
Você não sabe o que é dor
Não me fale sobre o que é estar bem
Sua lágrima de mentira seca a cada cerveja em sua mão
Sua testa para de franzir e seus olhos tristes de mentira voltam ao normal quando minhas costas viram na tua frente e quando tu ouves um novo bip em teu aparelho móvel.
Você ao menos saiu de casa pra ver o mundo?
Não, não me fale sobre o que é estar bem
Tu preferistes me apunhalar quando meu coração ressuscitava em meio a loucura de meus pensamentos
Pessoas ainda culpam outras pelos seus próprios fracassos, no sinal alguém esbraveja sem motivo algum
Você pelo menos conseguiu vencer seus demônios ou experimentou sair sem maquiagem?
Não, não abra a boca pra dizer que sabe o que a dor significa
Não,
Não,
E não... não me fale sobre o que é sentir bem

segunda-feira, 3 de agosto de 2015





Me pergunto em diversos momentos o que é pior, sentir as pernas cansadas,por rodar demais e achar que nunca se chega em algum lugar, ou nunca chegar próximo de onde se quer e mesmo com as pernas cansadas, rodar demais. Você sabe me responder quantas etiquetas são necessárias pra se saber o preço que se paga? Viver, às vezes apenas, não basta. É preciso de algo concreto pra se pisar ou um binóculo pra enxergar mais à frente. Dizem que apenas deixar fluir é o caminho. Dizem que é porque não se está nunca satisfeito ou agradecido demais. A plenitude é um quarto confortável que ainda não experimentei. Não a plenitude como perfeição, mas só um estado de poder olhar em 360 graus e sorrir pra onde aponta meu nariz. Falam também que, quem disso goza, são os que não se importam...que não sentem. Hoje eu queria ser assim nem que fosse por um minuto.

segunda-feira, 27 de julho de 2015




Solidão também é se encontrar cheio de pessoas ao redor. Que não entendem aquilo o que você tem à acrescentar e o que você tem de melhor. Quem virá pra te salvar do casulo do medo? Quem te dirá o que fazer quando as palavras das pessoas conseguirem te ferir?  O que se espera quando se nota que está longe de onde gostaria de estar? A resposta estará naquilo que aparecer ao te aproximares do espelho. Não serão os cabelos assanhados, as rugas ou as olheiras, que floresceram em teu rosto em vez de sorrisos, depois de uma noite em um travesseiro inundado por lágrimas. Será você mesmo. Não acreditemos que o sofrimento é um efeito rebote por alguém ter de sorrir. Somos donos de nossos destinos e ações. E o caminho para essa conclusão se tornará mais longo se construirmos um muro em nossa frente com os tijolos do abatimento.  Plantemos a semente da esperança todos os dias em nossos corações. Somos feitos de amor. Temos uma força absurda dentro de nós quando queremos usa-la. Flores nascem até no concreto. Abasteçamos nossos  espíritos com o combustível dos sonhos e quando o vento for contrário, volte a acreditar.

Luz e axé!

quinta-feira, 16 de julho de 2015



Era noite e eu notei algo bem perto
Eu caminhava em meio à sorrisos e melodias regadas a cervejas baratas
Lá havia um, com uma estrela na boca do céu e que eu parei pra observar
A natureza revela belezas raras
Não bati a porta mas me aproximei
Um mapa e um cabo fariam uma grande diferença

domingo, 28 de junho de 2015

Querida mãe,




Amor é algo diverso, transmutado, dado e recebido de diversas formas. Não me fale sobre amor. Não me fale mentiras e principalmente como você deixa de me amar a cada resmungo sobre meu ser. Estou cansado de ver você foder com os dias em que eu só quero tranquilidade. Não ponha a amargura, encardida pelo tempo de sua alma, na minha conta. Eu não tenho dinheiro e muito menos um VISA para pagar. Toma teu café, tira a roupa do varal e poupa tua saliva pra tentar me convencer do contrário. Tuas atitudes já me fizeram calos e a dor já não incomoda mais. Estará comigo pra todo o sempre, porque pra sempre, o tempo não volta pra refazer-se. Diante de todas as batalhas verbais, nós nunca chegamos ao ponto de aterrissagem do consenso porque nunca descestes daí. Olha-me por cima, em pé na cegueira da soberba. Você não me conhece. Lá fora tem gente que sabe quem sou eu. Viva com sua dor. Ela não é a minha. Tenho vida própria. Gratidão pelo mínimo, porque o máximo foi todo longe da baliza. Ouça o que irão falar de mim. Eu vou me mandar daqui.

quarta-feira, 29 de abril de 2015






Eu gostaria de ter algo para dizer. E tornar concreto aquilo que penso em relação ao que tira meu sono de cada dia. Gostaria muito de tentar descrever aquilo que sinto com a simplicidade de um simples gesto e de dar um passo à frente para cada ideia que brota da nascente do meu ser. Eu gostaria de ter mais uma cerveja na geladeira e me embebedar no meio da semana para esquecer de mais um dia que não pedi para ter. Gostaria de não falar que gostaria de algo quando não tenho nada para falar. Eu gostaria de deixar de ser palavra e me transformar em ação. Gostaria de montar plantão em tua porta e praticar os proselitismos do coração e dançar contigo de olhos fechados, vendo tempo parar nele mesmo. Eu gostaria de ser eu, uma única vez, pra me sentir vivo e assim, ter um sorriso no rosto ao abrir a porta para ir ao trabalho. Eu gostaria de não correr da chuva quando ela caísse, sem ter ônus à quando ela ensopar minhas meias. Eu gostaria de respirar mais, andar e conversar mais com pessoas que sejam soma. Eu gostaria de menos recibos e diminutas. Eu gostaria de rir mais como nos encontros com as boas companhias sentado no nada, falando sobre nada, e brincando com o que as pessoas, ditas normais, acham idiota. Eu gostaria de deixar de ferir e desacreditar menos as pessoas que me rodeiam com a minha intensidade. Gostaria de ter mais coragem, a cada despedida para arriscar a riscar rabiscos, mesmo que indesejáveis na linha do tempo da vida real de alguém. Ah, como eu gostaria de ver aquela micro imagem ampliada e pendurada num prego na parede da sala em vez amontoá-la em meus registros platônicos  e pessoais. Eu gostaria de dizer a algumas pessoas que eu também sei ser demônio em vez de santo. ... Eu gostaria de tanta coisa... Gostaria até que alguém lê-se tudo isso. Eu me pergunto: pra que gostar tanto, se o que sobra no fim é apenas o silêncio, as costas e o cinismo das conversas sem a presença e sem direito de resposta? De gostar tanto e não ter nada se colecionam os calos e as cicatrizes. Eu gosto de saber que medo eu nunca tive de nada e aceitar que meu medo é apenas não gostar de mais nada e no futuro, não gostar daquilo que me tornei, daquilo que terei. De não deixar de gostar do desapego das coisas que já deveria ter esquecido. Eu gostaria de juntar sete esferas para nascer novamente e assim, tentar fazer tudo de forma diferente. Chega de gostar, está na hora de dormir.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Adeus



Aceitamos tudo sem tentar
Várias toalhas jogadas ao chão
Eu me esquivo de cada uma delas
Existe um vento suave que sopra
Ele leva a caminhos onde eu quero ir
Ele sopra o que eu sou em uma paz que não cabe em nenhuma fita métrica
Existe outro vento que parece meio parado
Movimenta de vez em quando o que é até bom
Não gosto da inércia
Não gosto de resoluções
Gosto do pronto
O pronto é mais simples
Não espero por nada
Não espero pela possibilidade
Aponto uma arma ao extremo meio da face da vida
Ela está engatilhada
Não serás tão cruel em me negar respostas
Eu não esperarei mais por outra
Mas eu tenho algo em minhas mãos
Chama-se: possibilidade de escolha
Onde eu posso me conduzir
E é me conduzindo que sei
Que não quero ser vítima do silêncio
Muito menos dos que gritam no meu ouvido
Não do meu...
O caminho entre a continuidade e a desistência é uma dança maluca por cima de uma navalha
E meus pés já sangraram demais
Sangram desde outras existências
E me privarei de tudo isso pensando nos outros "eu" mais à frente
Não estarei mais por aí
Nem ao menos perturbarei os sonhos egocêntricos que voam a todo instante nas florestas do não
Viva
Eu viverei...

terça-feira, 31 de março de 2015




Nossas cabeças, nossas casas. É de lá que saem os pensamentos. A cada um, que ganha vida ou uma certeza, bate a porta de casa e ganham os caminhos e calçadas. As vezes retornam no meio do caminho e não chegam no destino. As vezes eles saem descalços, usam roupas leves e levam apenas o necessário,  porque o que interessa é apenas seguir e ganhar vida. Outros não e enchem a mochila de objetos e sentimentos que pesam o andar e inibem todo o observar, o agir e o sentir de uma vida única, curta e simples. Nós até sabemos que não precisamos de muito, mas ainda assim, nossa mochila continua pesada. A cada cabeça, inúmeros pensamentos por segundo. Uma produção em massa. A cada medo e insegurança, um esquecimento. Logo, em alguns casos, lembramos tarde, que a vida é um presente que nos foi dado. Breve e passageiro. Em determinadas situações, queremos tanto aproveitar a areia que cai da ampulheta que deixamos tudo empoeirado. Só esquecemos de lembrar também, que os nossos pensamentos são capazes de soprar a poeira para longe. Não há nuvem cinza que fique parada para sempre encima de nossas casas. Só precisamos ter coragem para seguir outras calçadas. Calçadas que nos levarão aos quarteirões onde o tempo é bom e quem sabe até, plantar nossa casa em um outro lugar onde os pensamentos saem para andar mais leves e consistentes. A chuva que pode cair não impede de andar. Dança com ela porque as lágrimas enxugam. Cada pensamento de tua cabeça, um poema. Cada poema, um labirinto indecifrável. Os novos dias nunca serão como os que passaram. O que passou não se repetirá necessariamente. Temos sempre um dia após o outro pra provar e fazer o contrário. Todos temos nossas verdades, só não precisamos ficar engessados. Desliguemos os alarmes, guardemos as armas e deixemos o guarda-chuva em casa. Não vivemos uma guerra, vivamos uma vida. Tira aquele disco arranhado da agulha, abre a janela e ouve a melodia do novo.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Samba para espantar o medo






Não sou poeta, bamba e nem tão pouco artista
Mas te trago estes versos com toda minha emoção
Pra te falar o que se passa em minha mente
E de todo sentimento dentro do meu coração

Minha frequência em sintonia com você
E dos segundos eu faria uma eternidade pra passar
Mas me concentro, fecho os olhos e disfarço
Por que sei que mesmo longe não estarás a me esperar

Hoje eu te peço que jamais você duvide
E que sempre acredite nestes sentimentos meus
Pois a verdade e toda sinceridade
Que carrego aqui comigo emanam destes olhos teus

Nem que cantasse todas palavras do mundo
Elas seriam tão suficientes para me expressar
E vem comigo nesse sonho de criança
E no balanço da vida venha comigo dançar


terça-feira, 17 de março de 2015






Sempre caminhamos com nossas pernas. Sem pressa e com o cuidado de não pisar no pé de alguém. Assim como uma dança à dois, Tentamos escolher as melhores palavras para podermos deixar nossas visões às claras. E apesar de conhecer bem o dicionário, eu utilizei as palavras erradas, ao meu espelho, e que não fazem parte de meus quereres. Numa tentativa guiada pelo gps da sinceridade. A sinceridade de um sentimento novo que nasceu apenas de um reflexo. Não nasceu de experimentos químicos. Não foi manipulado por suor. Talvez por isso seja tão verdadeiro. Não passei de ano. Estou em recuperação. E já estudei o bastante o dicionário. E daqui pra lá, caso exista uma prova real, não terei apenas palavras certas, mas ideias de dias melhores pra nós.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015



Não é preciso estar atrás de grades pra se sentir preso. Basta insistir naquilo que não te faz feliz.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

terça-feira, 6 de janeiro de 2015




Meu costume é acostumado ao segundo
Plano, opção... o segundo olhar
O olhar de pena, de fúria e de incompreensão 
Seus olhares me assinalam uma negação visível aos olhos dos que transitam próximos em minha rota
Invisíveis aos seus, que me punem com um punhal todo dia santo
Me deem o golpe de misericórdia
Assim eu esqueço, de vez, a ideia de que poderei ser algo além do que um mero ser próximo
Meus amigos são feios, loucos, marginais
Aproveitadores!! Como vocês mesmos assinalam, afinal, quem normal para se aproximar de verdade de mim não é mesmo?
Mas ela transita com os dela em um desfile semanal de sorrisos seus a qualquer hora e situação
Minhas roupas são farrapos, minha música ruídos, minhas atitudes e gostos, suas vergonhas
Minhas novidades são loucuras e minhas vontades seus nojos
Poderiam apenas falar a verdade
Em vez de me abraçar com o interesse de Judas 
Um abraço tão doloroso quanto uma punhalada em cheio em minhas costas surradas de tantas punições vindas dos seus gestos
Rejeito os votos de felicidades que me darão dentro de algumas horas, após mais um ano completo
Desprezo o esforço que fazem para tentar provar o contrário
Porque vocês sabem que eu não sou como o mais do mesmo
Eu sou diferente!!
E o amor que tem por mim é tão fraco que não adianta, nunca irão me compreender
Nunca irão me dizer o que preciso, nunca irão me confortar com o que necessito de verdade
Aliás vocês sabem do que eu gosto?  
Sabem o que eu desejo? 
Vocês me conhecem???
O que hoje, eu mais gostaria?
Vocês nunca saberão 
E se não sabem não apontem para o meu silêncio
Coloquem-se diante do reflexo da negação que sempre me foi concedida
Eu não posso ser eu, eu não posso estar com quem me faz bem, não posso estar onde quero sem ouvir as palavras de rejeição disparadas por vocês em forma de palavras bélicas
Se dói em vocês a minha indiferença, saibam que em mim, tuas negações me massacraram ao ponto de me tirar dos eixos de uma racionalidade pessoal
E em desespero já estive perto de cometer a loucura de abandonar tudo e vagar no meio das punições eternas
Querem se colocar no meu lugar e sentir tudo o que me é questionado??
Talvez assim, compreendam o porque do meu carinho por quem está lá fora me respeitando, compreendendo e me apoiando como gostaria que acontecesse em meu próprio lar, se é que ele também é meu
Talvez assim vocês entendam a minha felicidade de brindar mais um ano ou qualquer conversa tola jogada fora com quem não tem os seus sobrenomes
Guardem suas mentiras pra vocês
Que eu mesmo me desejo um feliz aniversário


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015